Os navios construídos na China enfrentarão uma nova barreira a partir de outubro deste ano, na forma de uma tarifa escalonada pelo governo dos Estados Unidos. Essa medida é mais um capítulo da guerra comercial entre as duas potências econômicas mundiais.
A decisão de impor a tarifa, que pode chegar a 25%, foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump em sua conta no Twitter. Ele afirmou que a medida tem como objetivo “nivelar o campo de jogo” entre os dois países e reduzir o déficit comercial dos EUA com a China, que chegou a US$ 419,2 bilhões em 2018.
A nova tarifa afetará diretamente os navios construídos na China, um dos principais setores econômicos do país asiático. A medida é uma resposta à política de subsídios do governo chinês para sua indústria naval, que tem sido alvo de críticas por parte dos EUA e de outros países.
O governo americano alega que esses subsídios dão uma vantagem injusta para os navios chineses, tornando-os mais competitivos no mercado internacional. Além disso, os EUA também acusam a China de práticas desleais de comércio, como a violação de propriedade intelectual e o roubo de tecnologia.
A tarifa escalonada será aplicada a partir de outubro, com uma taxa inicial de 10% sobre o valor dos navios construídos na China. A partir de janeiro de 2020, essa taxa pode chegar a 25%, caso as negociações entre os dois países não avancem.
O impacto dessa medida sobre a economia chinesa ainda é incerto. Por um lado, as exportações de navios para os EUA representam apenas uma pequena parcela do comércio exterior da China. Por outro lado, a indústria naval chinesa é altamente dependente de subsídios governamentais, o que pode afetar sua competitividade no mercado internacional.
Além disso, essa tarifa também pode ter consequências negativas para a economia global. A China é responsável por cerca de 40% da produção mundial de navios, e a imposição de uma tarifa sobre esses produtos pode afetar o comércio e o crescimento econômico de outros países.
Essa medida também amplia a guerra comercial entre os EUA e a China, que já dura mais de um ano e tem gerado incertezas e instabilidades no mercado financeiro. Desde que Trump assumiu a presidência, em 2017, ele tem adotado uma postura mais agressiva em relação ao comércio com a China, prometendo reduzir o déficit comercial e proteger os interesses americanos.
No entanto, a relação entre os dois países vai além do comércio. China e EUA são duas das maiores economias do mundo e têm uma interdependência econômica cada vez maior. Qualquer medida protecionista adotada por um dos países pode ter impactos significativos sobre o outro e sobre a economia global como um todo.
Apesar das tensões comerciais, ainda há espaço para negociações entre os dois países. O governo chinês já se manifestou contrário às tarifas impostas pelos EUA, mas também se mostrou disposto a dialogar e encontrar uma solução para o impasse.
Enquanto isso, os navios construídos na China continuarão a ser alvo das tarifas americanas. A partir de outubro, os armadores que importam esses produtos deverão pagar uma taxa maior, o que pode aumentar os custos de transporte marítimo e afetar a competitividade de suas empresas.
Diante desse cenário, é importante que os países busquem uma solução justa e equilibrada para a questão. Medidas unilaterais e protecionistas podem trazer prejuízos para ambas as partes e para a economia global.