O futebol é, sem dúvida, um dos esportes mais populares e apaixonantes do mundo. E, além de ser uma paixão para milhões de torcedores, também é um grande negócio. Nos últimos anos, o futebol profissional tem vivido um crescimento exponencial, com os clubes atingindo receitas cada vez maiores. Pela primeira vez na história, muitos clubes ultrapassaram a marca de um bilhão de euros em receitas. No entanto, apesar desse cenário positivo, o maior desafio que o futebol enfrenta atualmente é a negociação coletiva dos direitos de transmissão televisiva. E é sobre esse tema que o CEO da EY, Miguel Farinha, irá nos falar hoje.
De acordo com Farinha, a negociação coletiva dos direitos de TV é um assunto complexo e que envolve muitos riscos para os clubes. Isso porque, apesar de ser uma importante fonte de receita, a negociação dos direitos de transmissão é um processo delicado e que pode trazer consequências negativas se não for bem gerenciado. Um dos principais riscos é a dependência excessiva desses valores para a sustentabilidade financeira dos clubes.
Com o aumento das receitas provenientes dos direitos de TV, muitos clubes passaram a depender cada vez mais desses valores para equilibrar suas finanças. No entanto, essa dependência pode ser perigosa, pois qualquer mudança no mercado pode afetar drasticamente a saúde financeira dos clubes. Um exemplo disso é a pandemia de COVID-19, que causou uma queda significativa nas receitas dos clubes devido à suspensão dos campeonatos. Muitos clubes foram forçados a reduzir salários e cortar gastos para se manterem em funcionamento.
Além disso, a negociação coletiva dos direitos de TV também pode gerar desigualdades entre os clubes. Em muitos casos, os clubes maiores e mais populares conseguem fechar acordos mais vantajosos do que os clubes menores. Isso pode gerar um desequilíbrio competitivo, já que os clubes com menos recursos financeiros têm menos condições de montar equipes competitivas e disputar títulos.
Outro risco que Farinha destaca é a instabilidade do mercado de transmissão televisiva. Com o surgimento de novas tecnologias e plataformas de streaming, o mercado de TV está em constante evolução e mudança. Isso pode afetar diretamente os valores pagos pelos direitos de transmissão e, consequentemente, a receita dos clubes. Além disso, a concorrência entre as emissoras pode gerar uma inflação nos valores pagos pelos direitos, o que pode ser insustentável a longo prazo.
Diante desses riscos, Farinha ressalta a importância de uma gestão responsável e estratégica por parte dos clubes. É fundamental que os clubes diversifiquem suas fontes de receita, reduzindo a dependência dos direitos de TV. Além disso, é preciso ter uma visão de longo prazo e buscar soluções mais sustentáveis para o negócio do futebol.
Uma das alternativas apontadas por Farinha é a criação de uma liga europeia, que poderia trazer mais estabilidade e equilíbrio para o mercado de transmissão televisiva. Além disso, a liga poderia gerar mais receitas e aumentar a competitividade entre os clubes europeus. No entanto, essa é uma ideia que ainda gera muitas discussões e opiniões divergentes.
Outra solução apontada pelo CEO da EY é a diversificação dos produtos e serviços oferecidos pelos clubes. É preciso ir além do fute