No início deste mês, a deputada estadual Erika Hilton, da bancada ativista do PSOL, fez uma revelação surpreendente: seu visto para entrar nos Estados Unidos trazia sua identidade de gênero como “masculino”. A descoberta gerou um grande debate e um possível impasse diplomático com o país norte-americano.
A parlamentar, que é a primeira mulher trans eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, contou em suas redes sociais que ao retirar seu visto para uma viagem aos EUA, foi informada de que seu documento seria emitido como “masculino”. Erika se identifica como mulher e sempre teve sua identidade de gênero reconhecida em todos os seus documentos oficiais no Brasil.
A situação gerou uma série de questionamentos e críticas por parte da deputada e de seus apoiadores. Muitos se perguntaram se essa seria uma forma de discriminação por parte dos Estados Unidos e se a identidade de gênero de Erika não seria respeitada no país.
Em resposta às críticas, o consulado dos EUA em São Paulo afirmou que o visto de Erika foi emitido de acordo com as informações fornecidas em seu passaporte brasileiro, que ainda trazia seu nome de nascimento e gênero anterior. O órgão também esclareceu que a identidade de gênero não é um requisito para a emissão de vistos e que a inclusão dessa informação nos documentos é opcional.
No entanto, a deputada alega que não foi questionada sobre seu gênero durante o processo de emissão do visto e que, mesmo que seu passaporte ainda não tenha sido atualizado, sua identidade de gênero já é reconhecida pela Justiça brasileira. Erika também afirmou que a inclusão do gênero em seu visto é uma violação dos seus direitos humanos e uma forma de negar sua identidade.
O caso de Erika Hilton gerou uma série de debates sobre a importância do reconhecimento da identidade de gênero e da inclusão de informações sobre gênero nos documentos oficiais. A deputada ressaltou que essa é uma questão de dignidade e respeito, e que a não inclusão do gênero em seu visto a faz sentir como se estivesse sendo negada sua existência.
Além disso, o episódio também levanta questões sobre a forma como os Estados Unidos lidam com questões de gênero e diversidade. O país é conhecido por sua política restritiva em relação à entrada de pessoas trans e por não reconhecer a identidade de gênero de seus cidadãos e cidadãs.
No entanto, o caso de Erika Hilton também trouxe à tona a importância do diálogo e da busca por soluções pacíficas. Após o ocorrido, a deputada entrou em contato com o consulado dos EUA e solicitou a alteração de seu visto para que sua identidade de gênero fosse respeitada. O pedido foi prontamente atendido e Erika viajou para os Estados Unidos com seu visto corrigido.
A atitude da deputada em buscar uma solução dialogada para o impasse foi elogiada por muitos e mostra a importância do diálogo e da busca por entendimento em situações como essa. Afinal, a luta por respeito e igualdade de direitos deve ser feita de forma pacífica e construtiva.
O caso de Erika Hilton também reforça a importância da representatividade política e da inclusão de pessoas diversas nos espaços de poder. A deputada, que é uma voz ativa na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, tem mostrado que a diversidade é fundamental para uma sociedade mais justa e igualitária.
É preciso que casos como o de Erika Hilton sejam divulgados e debatidos