Em entrevista exclusiva ao Jornal de Economia (JE), Ana Costa, diretora de Sustentabilidade e Economia Azul na Beta-i, compartilhou sua visão sobre o caminho que as empresas vêm percorrendo em relação à sustentabilidade, a evolução dos critérios ESG, o fenômeno do greenwashing, a regulação europeia sobre o assunto e a importância da inovação e do ecodesign.
Nos últimos anos, temos visto um crescente interesse e engajamento das empresas em relação à sustentabilidade. De acordo com Ana Costa, isso se deve à mudança de mentalidade dos consumidores, que estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental e social das marcas que consomem. Além disso, a pressão da sociedade civil e a necessidade de atender às demandas dos investidores também têm impulsionado as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis.
Nesse contexto, os critérios ESG (ambiental, social e governança) têm se tornado cada vez mais relevantes para as empresas. Segundo Ana, isso se deve ao fato de que investidores e consumidores estão buscando empresas que tenham um compromisso real com a sustentabilidade, e não apenas um discurso vazio. Por isso, as empresas precisam demonstrar de forma transparente como estão incorporando esses critérios em sua estratégia e operações.
No entanto, Ana alerta para o fenômeno do greenwashing, que é quando empresas utilizam práticas de marketing para se autopromoverem como sustentáveis, sem de fato implementarem ações que contribuam para a preservação do meio ambiente ou para a melhoria da sociedade. Segundo ela, é importante que os consumidores e investidores estejam atentos a essas práticas e cobrem das empresas transparência e consistência em suas ações de sustentabilidade.
Nesse sentido, a regulação europeia tem um papel fundamental em estabelecer padrões e diretrizes claras para as empresas em relação à sustentabilidade. Ana destaca a importância do Plano de Ação para a Economia Circular da União Europeia, que tem como objetivo promover a transição para um modelo econômico mais sustentável e circular. Além disso, a diretora da Beta-i também menciona o papel do Pacto Ecológico Europeu, que busca tornar a Europa o primeiro continente neutro em emissões de carbono até 2050.
Mas como a inovação e o ecodesign podem contribuir para a sustentabilidade das empresas? Para Ana, a inovação é essencial para encontrar soluções mais sustentáveis e eficientes, seja na redução de emissões de gases de efeito estufa, no uso de materiais mais sustentáveis ou na implementação de processos mais eficientes. Além disso, o ecodesign, que consiste em projetar produtos e serviços considerando seu ciclo de vida e impacto ambiental, pode ajudar as empresas a reduzirem seu impacto no meio ambiente e a oferecerem soluções mais sustentáveis aos consumidores.
Portanto, é evidente que a sustentabilidade se tornou um tema central para as empresas e que não há mais como ignorá-la. Além de ser uma questão ética e moral, a sustentabilidade também é um fator de competitividade e de sobrevivência no mercado. As empresas que não se adaptarem às demandas da sociedade e não incorporarem a sustentabilidade em sua estratégia estão fadadas a perderem espaço e relevância.
Por fim, Ana ressalta que a sustentabilidade não é um objetivo que se alcança, mas sim um caminho contínuo de aprendizado e evolução. As empresas devem estar dispostas a se adaptar e a se reinventar para se tornarem mais sustentáveis, e a Beta-i está comprometida em apoiá-las nessa jornada. Com a colaboração entre empresas, governos e soc