Carlos Monteiro, professor emérito da Universidade de São Paulo, é um renomado pesquisador na área de nutrição e saúde pública. Seu trabalho tem sido fundamental para a compreensão dos impactos do consumo de alimentos processados na saúde da população. Em sua carreira, ele desenvolveu uma classificação revolucionária, conhecida como Classificação Nova, que divide os alimentos não por seus nutrientes, mas sim pelo seu grau de processamento. Essa abordagem inovadora tem sido amplamente reconhecida e adotada por profissionais de saúde e nutricionistas em todo o mundo.
A Classificação Nova foi criada por Monteiro em resposta à crescente preocupação com os efeitos negativos dos alimentos processados na saúde pública. Com o aumento do consumo desses alimentos, tem havido um aumento alarmante de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Foi nesse contexto que Monteiro percebeu a necessidade de uma abordagem mais abrangente para classificar os alimentos, que considerasse não apenas seus nutrientes, mas também o processo pelo qual são produzidos.
A Classificação Nova divide os alimentos em quatro categorias: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Os alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente da natureza, como frutas, verduras, legumes e carnes frescas. Já os minimamente processados são aqueles que passam por processos simples, como limpeza, moagem e pasteurização, sem a adição de sal, açúcar, óleos ou outras substâncias.
Os ingredientes culinários são aqueles usados na preparação de alimentos caseiros, como óleos, açúcares, sal e farinhas. Já os alimentos processados são aqueles que passam por processos mais complexos, como a fabricação de pães, queijos, conservas e embutidos. Por fim, os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por diversos processos industriais, contendo aditivos alimentares e ingredientes artificiais, como refrigerantes, bolachas, salgadinhos e fast-food.
O grande diferencial da Classificação Nova é que ela leva em consideração o grau de processamento dos alimentos, e não apenas seus nutrientes. Isso porque, muitas vezes, alimentos processados e ultraprocessados podem conter nutrientes aparentemente saudáveis, mas que são adicionados artificialmente durante o processo de fabricação. Além disso, esses alimentos também costumam ser ricos em açúcares, gorduras e sódio, que podem ser prejudiciais à saúde quando consumidos em excesso.
A adoção da Classificação Nova tem sido fundamental para orientar as políticas públicas de alimentação saudável em diversos países. No Brasil, por exemplo, o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, utiliza essa classificação como base para orientar a população sobre a escolha de alimentos saudáveis. Além disso, a Classificação Nova também é amplamente utilizada por nutricionistas e profissionais de saúde para orientar seus pacientes sobre a importância de uma alimentação equilibrada e livre de alimentos ultraprocessados.
Um dos principais benefícios da Classificação Nova é que ela é simples e de fácil compreensão para a população em geral. Diferentemente das tabelas nutricionais, que podem ser confusas e de difícil interpretação, a Classificação Nova é uma ferramenta prática que pode ser facilmente utilizada no dia a dia. Isso permite que as pessoas façam escolhas mais conscientes e saudáveis na hora de se alimentar.
Além disso, a Classificação Nova também tem um impacto positivo no meio ambiente. Ao incentivar o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, ela contribui para a redução do consumo